Tão pouco heráldica a vida! Tão sem tronos e ouropéis quotidianos! Tão de si própria oca, tão do sentir-se despida Afogai-me, ó ruído da acção, no som dos vossos oceanos!
Sede abençoados, (...) carros, comboios e trens Respirar regular de fábricas, motores trementes a atroar Com vossa crónica (...) Sede abençoados, vós ocultais-me a mim...
Vós ocultais o silêncio real e inteiro da Hora Vós despis de seu murmúrio o mistério Aquele que dentro de mim quase grita, quase, quase chora Dorme em vosso embalar férreo,
Levai-me para longe de eu saber que vida é que sinto Enchei de banal e de material o meu ouvido vosso A vida que eu vivo — ó (...) - é a vida que me minto Só tenho aquilo que (...); só quero o que ter não posso.