Se eu tirar com urna pancada O bolo barato da boca da criança pobre Onde encontrarei justiça no mundo, Onde me esconderei dos olhos do Vulto Invisível que espreita pelas estrelas Quando o coração vê pelos olhos o mistério olhar o universo? Minha emoção concreta, ó brinquedo de crianças, Ó pequenas alegrias legítimas da gente obscura, Ó pobre riqueza exígua dos que não são ninguém...
Os móveis comprados com tanto sacrifício, As toalhas remendadas com tanto cuidado, As pequenas coisas de casa tão ajustadas e postas no lugar E a roda de um dos mil carros do rei vencedor Parte tudo, e todos perderam tudo.
Que imperador tem o direito De partir a boneca à filha do operário? Que César com suas legiões tem justiça Para partir a máquina de costura da velha Se eu for pela rua E arrancar a fita suja na mão da garota E a fizer chorar, onde encontrar qualquer Cristo?