Horas mortas... Curvada aos pés do monte A planície é um brasido... e, torturadas, As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte! E quando, manhã alta, o sol posponte A ouro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas Os trágicos perfis no horizonte! Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram Em vão remédio para tanta mágoa! Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
- Também ando a gritar, morta de sede, Pedindo a Deus a minha gota d ́água!