Manuel Bandeira
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Balada das Três Mulheres do Sabonete Araxá

Balada das Três Mulheres do Sabonete Araxá

Mil-Frases

há 1 ano
Um poema de Manuel Bandeira

As três mulheres do sabonete Araxá me invocam, me bouleversam, me hipfnotizam.

Oh, as três mulheres do sabonete Araxá às 4 horas da tarde!

O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá!

Que outros, não eu, a pedra cortem

Para brutais vos adorarem,

Ó brancaranas azedas,

Mulatas cor da lua vêm saindo cor de prata

Ou celestes africanas:

Que eu vivo, padeço e morro só pelas três mulheres do sabonete Araxá! São amigas, são irmãs, são amantes as três mulheres do sabonete Araxá?

São prostitutas, são declamadoras, são acrobatas?

São as três Marias?

Meu Deus, serão as três Marias?

A mais nua é doirada borboleta.

Se a segunda casasse, eu ficava safado da vida, dava pra beber e nunca mais telefonava.

Mas se a terceira morresse... Oh, então, nunca mais a minha vida outrora teria sido um festim!

Se me perguntassem: Queres ser estrela? queres ser rei? queres uma ilha no Pacífico? um bangalô em Copacabana?

Eu responderia: Não quero nada disso, tetrarca. Eu só quero as três mulheres do sabonete Araxá:

O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá!

Teresópolis, 1931


"Balada das Três Mulheres do Sabonete Araxá" é um poema de Manuel Bandeira que retrata a fascinação e o encantamento do eu lírico por três mulheres que ele associa ao sabonete Araxá. O poema expressa a intensidade do desejo e a dependência emocional do eu
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