Da outra vida, Moreno, Olha-me de face, Com o bonito sorriso Pontual Adoçado pela bondade do nosso avô Costa Ribeiro. Olha-me de face, Bem de face, Com os olhos leais, Moreno. Conta-me o que tens visto, Que músicas ouves agora. Lembras-te ainda do cheiro dos bangiês de Pernambuco? Das tuas correrias de menino pelos descampados da Gávea? Lembras-te ainda da ponte que construíste sobre o Paraguai? Do pastoril de Cícero? Lembras-te ainda das pescarias de Cabo Frio? (Elas te deram não sei que ar salino e veleiro, Moreno.) O espanto que nos deixaste! Como fizeste crescer em nós o mistério augusto da morte! Todavia, Não te lamento não: A vida, Esta vida, Carlos já disse, Não presta. Mas o vazio de quem Eras marido e filho? — Filho único, Moreno.