Manuel Bandeira
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A poesia de Bande...
Pierrot Místico

Pierrot Místico

Mil-Frases

há 1 ano
Um poema de Manuel Bandeira

Torna a meu leito, Colombina!

Não procures em outros braços

Os requintes em que se afina

A volúpia dos meus abraços.

Os atletas poderão dar-te

O amor próximo das sevícias...

Só eu possuo a ingênua arte

Das indefiníveis carícias...

Meus magros dedos dissolutos

Conhecem todos os afagos

Para os teus olhos sempre enxutos

Mudar em dois brumosos lagos...

Quando em êxtase os olhos viro,

Ah se pudesses, fútil presa,

Sentir na dor do meu suspiro

A minha infinita tristeza!...

Insensato aquele que busca

O amor na fúria dionisíaca!

Por mim desamo a posse brusca.

A volúpia é cisma elegíaca...

A volúpia é bruma que esconde

Abismos de melancolia...

Flor de tristes pântanos onde

Mais que a morte a vida é sombria...

Minh'alma lírica de amante

Despedaçada de soluços,

Minh'alma ingênua, extravagante,

Aspira a desoras de bruços

Não às alegrias impuras,

Mas a aquelas rosas simbólicas

De vossas ardentes ternuras,

Grandes místicas melancólicas!...


"Pierrot Místico" é um poema de Manuel Bandeira que retrata a busca do protagonista, Pierrot, pelo amor de Colombina. O poema destaca a singularidade dos abraços de Pierrot e a sua habilidade em proporcionar carícias indefiníveis. No entanto, o poema tamb
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