Manuel Bandeira
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Versos de Natal

Versos de Natal

Mil-Frases

há 1 ano
Um poema de Manuel Bandeira

Espelho, amigo verdadeiro,

Tu refletes as minhas rugas,

Os meus cabelos brancos,

Os meus olhos míopes e cansados.

Espelho, amigo verdadeiro,

Mestre do realismo exato e minucioso,

Obrigado, obrigado!

Mas se fosses mágico,

Penetrarias até ao fundo desse homem triste,

Descobririas o menino que sustenta esse homem,

O menino que não quer morrer,

Que não morrerá senão comigo,

O menino que todos os anos na véspera do Natal

Pensa ainda em pór os seus chinelinhos atrás da porta.

1939


"Versos de Natal" é um poema de Manuel Bandeira que reflete sobre a passagem do tempo e a nostalgia da infância. O eu lírico agradece ao espelho por refletir suas rugas, cabelos brancos e olhos cansados, mas também expressa o desejo de que o espelho pudes
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