Que mágico pincel, mimo de Apolo,
Com muda locução, com vivas cores,
Faz da Pátria passar os Defensores
Desde o pólo do Sul do Norte ao pólo?
Quem tanto esmalta o Brasileiro solo?
Estes belos painéis, tão faladores
Mais encantos possuem que os Amores
Quando da terna mãe se erguem do colo.
Rafael do Brasil, eu te saúdo.
Tu serás entre nós das Belas Artes
Um novo vingador, um forte escudo.
Honra à Pátria não dão feroces Martes,
Mas Artistas quais tu! Elmano, eis tudo
Porque atroam do mundo as quatro partes.
Publicado no livro Poesias (1832).
In: GRANDES poetas românticos do Brasil. Pref. e notas biogr. Antônio Soares Amora. Org. rev. e notas Frederico José da Silva Ramos. São Paulo: LEP, 194