Outros terão Um lar, quem saiba, amor, paz, um amigo. A inteira, negra e fria solidão Está comigo.
A outros talvez Há alguma coisa quente, igual, afim No mundo real. Não chega nunca a vez Para mim.
«Que importa?» Digo, mas só Deus sabe que o não creio. Nem um casual mendigo à minha porta Sentar se veio.
«Quem tem de ser?» Não sofre menos quem o reconhece. Sofre quem finge desprezar sofrer Pois não esquece.
Isto até quando? Só tenho por consolação Que os olhos se me vão acostumando À escuridão
13/01/1920