Cansado até dos deuses que não são... Ideais, sonhos... Como o sol é real E na objectiva coisa universal Não há o meu coração... Eu ergo a mão.
Olho-a de mim, e o que ela é não sou eu. Ente mim e o que sou há a escuridão. Mas o que são a isto a terra e o céu?
Houvesse ao menos, visto que a verdade É falsa, qualquer coisa verdadeira De outra maneira Que a impossível certeza ou realidade.
Houvesse ao menos, sob o sol do mundo, Qualquer postiça realidade não O eterno abismo sem fundo, Crível talvez, mas tendo coração.
Mas não há nada, salvo tudo sem mim. Crível por fora da razão, mas sem Que a razão acordasse e visse bem; Real com coração, (...)
10/07/1920