Poemas em Estrangeiro
Nem só o Português é lingua com belos poemas. Aqui pode encontrar uma seleção de Poemas em lingua estrangeira ricos em conhecimento e sabedoria.
Olavo Bilac
XXXI Longe de ti, se escuto, porventura, Teu nome, que uma boca indiferente Entre outros nomes de mulher murmura, Sobe-me o pranto aos olhos, de repente... Tal aquele, que, mísero, a tortura Sofre de amargo exílio, e tristemente A linguagem natal, maviosa e pura, Ouve falada por estranha gente... Porque teu nome é para mim o nome De uma pátria distante e idolatrada, Cuja saudade ardente me consome: E ouvi-lo é ver a eterna primavera E a eterna luz da terra abençoada, Onde, entre flores, teu amor me espera.
Raimundo Correia
Cala-te, esdrúxulo lírico; Teu estro é bandulho hidrópico! Olha as garras de um satírico! Cala-te, esdrúxulo lírico! Teu verso ao leitor empírico Fere de tópico em tópico... Cala-te, esdrúxulo lírico; Teu estro é bandulho hidrópico! (...) Nos teus preitos esquipáticos Citas tanto bardo, — Hipócrates! Citas autores dramáticos Nos teus preitos esquipáticos Citas talentos simpáticos! Citas Camões! Citas Sócrates! Nos teus preitos esquipáticos Citas tanto bardo, — Hipócrates! Muniz! tu causas-nos cólicas! Erudito de catálogos! Pondo as almas melancólicas, Muniz! tu causas-nos cólicas! Faze antes canções bucólicas, Mas nunca preitos análogos! Muniz! tu causas-nos cólicas Erudito de catálogos! Deita antes verso byrônico, Mas, rápido, a velocípede... Sê ferino, sê irônico! Deita antes verso byrônico! Que diabo! Isso é vício crônico! Espanta que sejas bípede! Deita antes verso byrônico, Mas, rápido, a velocípede... Larga essa lira caquética! Ouve! e desculpa esta epístola! Ó professor de dialética! Larga essa lira caquética! Porque antes não curas ética, Pústula, escrófula e fístula! Larga essa lira caquética! Ouve! e desculpa esta epístola!
Manuel Bandeira
Provinciano que nunca soube Escolher bem uma gravata; Pernambucano a quem repugna A faca do pernambucano; Poeta ruim que na arte da prosa Envelheceu na infância da arte, E até mesmo escrevendo crônicas Ficou cronista de província; Arquiteto falhado, músico Falhado (engoliu um dia Um piano, mas o teclado Ficou de fora); sem família, Religião ou filosofia; Mal tendo a inquietação de espírito Que vem do sobrenatural, E em matéria de profissão Um tísico profissional.
Manuel Bandeira
Quando n'alma pesar de tua raça A névoa da apagada e vil tristeza, Busque ela sempre a glória que não passa, Em teu poema de heroísmo e de beleza. Gênio purificado na desgraça, Tu resumiste em ti toda a grandeza: Poeta e soldado... Em ti brilhou sem jaça O amor da grande pátria portuguesa. E enquanto o fero canto ecoar na mente Da estirpe que em perigos sublimados Plantou a cruz em cada continente, Não morrerá sem poetas nem soldados A língua em que cantaste rudemente As armas e os barões assinalados.
Manuel Bandeira
Eurico Alves, poeta baiano, Salpicado de orvalho, leite cru e tenro cocô de cabrito, Sinto muito, mas não posso ir a Feira de Sant'Ana. Sou poeta da cidade. Meus pulmões viraram máquinas inumanas e aprenderam a respirar O gás carbônico das salas de cinema. Como o pão que o diabo amassou. Bebo leite de lata. Falo com A., que é ladrão. Aperto a mão de B., que é assassino. Há anos que não vejo romper o sol, que não lavo os olhos nas cores das madrugadas. Eurico Alves, poeta baiano, Não sou mais digno de respirar o ar puro dos currais da roça.
Manuel Bandeira
Espanha no coração: No coração de Neruda, No vosso e em meu coração. Espanha da liberdade, Não a Espanha da opressão Espanha republicana: A Espanha de Franco, não! Velha Espanha de Pelaio, Do Cid, do Grã-Capitão! Espanha de honra e verdade, Não a Espanha da traição! Espanha de Dom Rodrigo, Não a do Conde Julião! Espanha republicana: - A Espanha de Franco, não! Espanha dos grandes místicos, Dos santos poetas, de João Da Cruz, de Teresa de Ávila E de Frei Luís de Leão! Espanha da livre crença, Jamais a da Inquisição! Espanha de Lope e Góngora, De Góia e Cervantes, não A de Felipe Segundo Nem Fernando, o balandrão! Espanha que se batia Contra o corso Napoleão! Espanha da liberdade: A Espanha de Franco, não! Espanha republicana, Noiva da revolução! Espanha atual de Picasso, De Casals, de Lorca, irmão Assassinado em Granada! Espanha no coração De Pablo Neruda, Espanha No vosso e em meu coração!
Manuel Bandeira
Da outra vida, Moreno, Olha-me de face, Com o bonito sorriso Pontual Adoçado pela bondade do nosso avô Costa Ribeiro. Olha-me de face, Bem de face, Com os olhos leais, Moreno. Conta-me o que tens visto, Que músicas ouves agora. Lembras-te ainda do cheiro dos bangiês de Pernambuco? Das tuas correrias de menino pelos descampados da Gávea? Lembras-te ainda da ponte que construíste sobre o Paraguai? Do pastoril de Cícero? Lembras-te ainda das pescarias de Cabo Frio? (Elas te deram não sei que ar salino e veleiro, Moreno.) O espanto que nos deixaste! Como fizeste crescer em nós o mistério augusto da morte! Todavia, Não te lamento não: A vida, Esta vida, Carlos já disse, Não presta. Mas o vazio de quem Eras marido e filho? — Filho único, Moreno.
Manuel Bandeira
Marinheiro triste Que voltas para bordo Que pensamentos são Esses que te ocupam? Alguma mulher Amante de passagem Que deixaste longe Num porto de escala? Ou tua amargura Tem outras raízes Largas fraternais Mais nobres mais fundas? Marinheiro triste De um país distante Passaste por mim Tão alheio a tudo Que nem pressentiste Marinheiro triste A onda viril De fraterno afeto Em que te envolvi. las triste e lúcido Antes melhor fora Que voltasses bêbedo Marinheiro triste! E eu que para casa Vou como tu vais Para o teu navio, Feroz casco sujo Amarrado ao cais, Também como tu Marinheiro triste Vou lúcido e triste. Amanhã terás Depois que partires O vento do largo O horizonte imenso O sal do mar alto! Mas eu, marinheiro? — Antes melhor fora Que voltasse bêbedo!
Manuel Bandeira
Dorme, dorme, dorme... Quem te alisa a testa Não é Malatesta, Nem Pantagruel — O poeta enorme. Quem te alisa a testa É aquele que vive Sempre adolescente Nos oásis mais frescos De tua lembrança. Dorme, ele te nina. Te nina, te conta — Sabes como é —, Te conta a experiência Do vário passado, Das várias idades. Te oferece a aurora Do primeiro riso. Te oferece o esmalte Do primeiro dente. A dor passará, Como antigamente Quando ele chegava. Dorme... Ele te nina Como se hoje fosses A sua menina.
Manuel Bandeira
Settembre. Andiamo. E tempo di migrare. A rainha, em São paulo, chama-me. É agora Maria Cacilda Stuart E fala com sotaque voluntarioso, Não paulista nem catarinense: Acento beckeriano (com ck, não cqu), Que suscita infartos de alma, Tão imperativos quanto os de miocárdio. Saio do hotel com quatro olhos, — Dois do presente, Dois do passado. Anhangabaú que já não é dos suicídios passionais! O Hotel Esplanada virou catacumba. Enfim a Rua Direita! A minha Rua Direita: Que saudades tinha dela! Ainda existe a Casa Kosmos, mas Não tem impermeáveis em liquidação. Praça Antônio Prado, onde Tudo é novo, salvo aquela meia dúzia de sobradinhos. Montanha-russa da Avenida de São João! O anjo cor-de-rosa não é mais cor-de-rosa: O tempo patinou-o de negro. Almoço com Di, Que hoje é Emiliano di Cavalcanti. Volto ao hotel pelo Anhangabaú. Onde as Juvenilidades auriverdes? Onde A passiflora? o espanto? a loucura? o desejo? Ubi sunt? Ubi sum? — Obrigado, Mário, pela tua companhia.
Manuel Bandeira
Louvo o Padre, louvo o Filho, O Espírito Santo louvo. Louvo Rachel, minha amiga, nata e flor do nosso povo. Ninguém tão Brasil quanto ela, pois que, com ser do Ceará, tem de todos os Estados, do Rio Grande ao Pará. Tão Brasil: quero dizer Brasil de toda maneira — brasílica, brasiliense, brasiliana, brasileira. Louvo o Padre, louvo o Filho, o Espírito Santo louvo. Louvo Rachel e, louvada uma vez, louvo-a de novo. Louvo a sua inteligência, e louvo o seu coração. Qual maior? Sinceramente, meus amigos, não sei não. Louvo os seus olhos bonitos, louvo a sua simpatia. Louvo a sua voz nortista, louvo o seu amor de tia. Louvo o Padre, louvo o Filho, o Espírito Santo louvo. Louvo Rachel, duas vezes louvada, e louvo-a de novo. Louvo o seu romance; O Quinze E os outros três; louvo As Três Marias especialmente, mais minhas que de vocês. Louvo a cronista gostosa. Louvo o seu teatro: Lampião e a nossa Beata Maria. Mas chega de louvação, porque, por mais que a louvemos, Nunca a louvaremos bem. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém.
Manuel Bandeira
Louvo o Padre, louvo o Filho, O Espírito Santo louvo. Isto feito, louvo aquele Que ora chega aos sessent'anos E no meio de seus pares Prima pela qualidade: O poeta lúcido e límpido Que é Carlos Drummond de Andrade. Prima em Alguma Poesia, Prima no Brejo das Almas. Prima na Rosa do Povo, No Sentimento do Mundo. (Lírico ou participante, Sempre é poeta de verdade Esse homem lépido e limpo Que é Carlos Drummond de Andrade.) Como é fazendeiro do ar, O obscuro enigma dos astros Intui, capta em claro enigma. Claro, alto e raro. De resto Ponteia em viola de bolso Inteiramente à vontade O poeta diverso e múltiplo Que é Carlos Drummond de Andrade. Louvo o Padre, o Filho, o Espírito Santo, e após outra Trindade Louvo: o homem, o poeta, o amigo Que é Carlos Drummond de Andrade.
Manuel Bandeira
Louvo o Padre, louvo o Filho, Louvo o alto Espírito Santo. Após quê, Pégaso ensilho E, para mundial espanto, Remonto à paragem calma Onde, em práticas sem fim, Deambulam as Musas: na alma De Lula — Lula Jardim. Um jardim de muitas flores e sem espinhos nenhuns. Jardim da Ilha dos Amores Replanto em Garanhuns. Louvo o desenhista exato: Maneje lápis, carvão Ou pena, trace retrato Ou paisagem, é sua mão Segura, certeira, leve: Nunca vi tão leve assim. E é assim também quando escreve Romance ou conto o Jardim. Faz igualmente bom teatro, Ótima crítica. Tem Arte e engenho como quatro... Deus conserve-o tal, amém! Um dia a menina Alice No País das Maravilhas Passeava. Lula lhe disse: “Vamos ter filhos e filhas? Casemo-nos!” E casaram-se. Mas os filhos não vieram. Lula e Alice conformaram-se. Foi o melhor que fizeram. Pois louvo Lula de novo E louvo Alice também. Louvo o Padre, o Filho louvo E o Espírito Santo. Amém!
Manuel Bandeira
Louvo o Padre, louvo o Filho E louvo o Espírito Santo. Louvado Deus, louvo o santo De quem este Rio é filho. Louvo o santo padroeiro — Bravo São Sebastião — Que num dia de janeiro Lhe deu santa defensão. Louvo a cidade nascida No morro Cara de Cão, Logo depois transferida Para o Castelo, de então Descendo as faldas do outeiro, Avultando em arredores, Subindo a morros maiores, — Grande Rio de Janeiro! Rio de Janeiro, agora De quatrocentos janeiros... Ó Rio de meus primeiros Sonhos! (A última hora De minha vida oxalá Venha sob teus céus serenos, Porque assim sentirei menos O meu despejo de cá.) Cidade de sol e bruma, Se não és mais capital Desta nação, não faz mal: Jamais capital nenhuma, Rio, empanará teu brilho, Igualará teu encanto. Louvo o Padre, louvo o Filho E louvo o Espírito Santo.
Manuel Bandeira
Nos teus poemas de cadências bíblicas Recolheste o som das coisas mais efêmeras: O vento que enternece as praias desertas, O desfolhar das rosas cansadas de viver, As vozes mais longínquas da infância, Os risos emudecidos das amadas mortas: Matilde, Esmeralda, a misteriosa Luciana, E Josefina, complicado ser que é mulher e é também o Brasil. A tudo que é transitório soubeste Dar, com a tua grave melancolia, A densidade do eterno. Mais de uma vez fizeste aos homens advertências terríveis. Mas tua glória maior é ser aquele Que soube falar a Deus nos ritmos de sua palavra. 10 de setembro de 1940 SONETO PLAGIADO DE AUGUSTO FREDERICO SCHMIDT E de súbito n'alma incompreendida Esta mágoa, esta pena, esta agonia; Nos olhos ressequidos a sombria Fonte de pranto, quente e irreprimida. No espírito deserto a impressentida Misteriosa presença que não via; A consciência do mal que não sabia, Aparecida, desaparecida... Até bem pouco, era uma imagem baça. Agora, neste instante de certeza, Surgindo claro, como nunca o vi! E nesse olhar tocado pela graça Do céu, não sei que angélica pureza, — Pureza que não tenho, que perdi.
Manuel Bandeira
Thiago de Mello, cuidado! Poupa o teu novo sorriso. Não o dês (nem é preciso) Ao amigo refalsado, Ão crítico canastrão, Ao político safado, À mulher sem coração! Não o dês (nem é decente) À direita e à esquerda, a tantas Inúteis coisas e gente: A fariseus faroleiros, A calhordas sicofantas, Brasileiros, estrangeiros! Adverte, em teus desenganos, Que vale vinte e três anos, Mil e oitocentos cruzeiros!
Manuel Bandeira
"Casa-Grande & Senzala" Grande livro que fala Desta nossa leseira Brasileira. Mas com aquele forte Cheiro e sabor do Norte — Dos engenhos de cana (Massangana!) Com fuxicos danados E chamegos safados De mulecas fulôs Com sinhôs! A mania ariana Do Oliveira Viana Leva aqui a sua lambada Bem puxada. Se nos brasis abunda Jenipapo na bunda, Se somos todos uns Octoruns, Que importa? É lá desgraça? Essa história de raça, Raças más, raças boas — Diz o Boas — É coisa que passou com o franciú Gobineau. Pois o mal do mestiço Não está nisso. Está em causas sociais, De higiene e outras que tais: Assim pensa, assim fala Casa Grande & Senzala. Livro que à ciência alia A profunda poesia Que o passado revoca E nos toca A alma de brasileiro, Que o portuga femeeiro Fez e o mau fado quis Infeliz!
Manuel Bandeira
Mário Inteligência Sabor Surpresa As neblinas paulistas condensaram-se em ácidos sarcásticos E queimaram a epiderme azul dos aços virginais Mas nas sombras mais fundas ficaram os docementes dos nanquins mais melancólicos!... Como será São Paulo... O Paraná com os pinhais intratáveis? (Não servem para uma exploração regular da indústria do papel) Goiás! Ilha do Bananal! Mas os índios? Os mosquitos? Os botocudos e os borrachudos... Como será o Brasil?... Como será São Paulo? São Paulo era a Sé Velha Cercada de sobradinhos coloniais Na Rua de São João a escala cromática dos pára-sóis dos engraxates Progredior Politeama A Casa Garraux vendia também objetos de arte Camilo Castelo Branco não sabia ainda da existência dos piraquaras do Paraíba Não havia ainda Vasco Porcalho livreiro-editor encomendando a toda a gente uma novela safada Havia sim a Avenida Tiradentes espapaçada ao sol como um feriado nacional E o edifício do Liceu implorando baixinho que o deixassem em tijolo aparente (Lá dentro eu desenhando a bico de pena motivos arquitetônicos do Renascimento... As minhas arquiteturas corroídas!...) Duas vezes por semana música no Jardim da Luz A banda do maestro Antão A primeira da América do Sul O samba de Alexandre Levi Bis! Bis! O namorozinho nacional passeando cheio de dengue entre os zincos lambuzados de cerveja Não havia guaraná bebida depurativa e tônico-refrigerante Quem fazia o policiamento era a torre da Inglesa O relógio grande batia os quartos um dois três quatro e recomeçava indefinidamente sem compreender como aquela gente podia ainda ouvir Puccini E em torno dele a garoa paulistana irônica silenciosa encharcava todos os minutos Mas as garoas condensaram-se em ácidos sarcásticos E queimaram a epiderme azul dos aços virginais: Mário de Andrade! Como será São Paulo? Não havia mais bandeirantes Nem a lembrança de Álvares de Azevedo O antigo Largo de São Bento com as árvores nuas e magrinhas Pedia tanto um pouco de neve que lhe desse um arzinho de Paris Os filhos de Bernardino de Campos faziam parte do cordão Nem Teatro Municipal nem Esplanada Hotel Só havia um viaduto: Anhangabaú dos suicídios passionais! Ponte Grande! Cambuci! E o cemitério da Consolação... Mário um cigarro O punho forte do subconsciente campeia e conjuga os relâmpagos mais díspares Os ritmos mais dissolutos Raivas Testamentos de Heiligenstadt Amores fantasmagorias carnavais porrada Coisas absolutamente incompreensíveis Como as obras de Deus Raivas raivas Bondade A girândola do último dia de novena Tudo Para todos os lados CATÓLICO Mário um cigarro Positivamente esta quarta-feira está cotidiana demais O leite da manhã tinha mais água O sol está banal como uma taça de campeonato Como os bronzes comerciais que representam o Trabalho Eu não sei latim Não sei cálculo diferencial e integral Não sei tocar piano (por causa de uma sonatina de Steibelt) Não compreendo absolutamente Fichte Schelling e Hegel Victor Hugo é pau Byron é pau Mário um cigarro CAPORAL LAVADO! Numa pia de igreja em Bizâncio está gravada esta inscrição NIPSONANOMHMATAMHMONANOSPIN Soletrada da direita para a esquerda recompõe o mesmo sentido Lava os pecados não laves só a cara Mário eles não lavam nem os pecados nem a cara Os homens são horríveis POR ISSO HÁ QUE OS AMAR Com os docementes dos nanquins mais melancólicos Brasil Como será o Brasil? MÁRIO DE ANDRADE